Como disse Jeffrey Bingham: A história impede-nos de nos apaixonar por nós mesmos. A história estimula a virtude religiosa da humildade. E ainda descrevendo em sua obra as palavras de João de Salisbury (1115-1180): Nossa própria geração desfruta da herança dada a nós pela geração que nos precedeu. (...) Bernardo de Chartres costumava nos comparar a anões [fracos] que empoleiraram nos ombros de gigantes. Ele chamou a atenção de que vemos mais além do que os nossos antecessores, não porque temos uma visão mais apurada ou maior das coisas, mas porque somos erguidos e sustentados à altura de sua estatura gigantesca.
Têm razão os pensadores acima. Às vezes podemos ser tentados a pensar ou a imaginar que somos melhores ou maiores do que aqueles que nos precederam, no entanto, só estamos fazendo ou construindo sobre aquilo que já foi erigido à custa de sacrifício e luta dos nossos antepassados.
O Pastor Isaac lutou. Lutou pelas almas. Lutou pela Igreja. Lutou pelo Ministério. Lutou pelo reconhecimento de uma obra. Lutou por mim. Lutou por você. E não existe nada que lute mais ainda hoje, do que a sua própria memória. A Bíblia diz que o justo ficará em memória eterna. Sl 112.6.
O Pastor Isaac acreditou. Acreditou em uma chamada de Deus. Acreditou em homens humildes e simples que o ajudaram a construir uma obra para Deus. Acreditou em mulheres que oraram pelo crescimento desta obra. Acreditou em jovens, adolescentes e crianças. Acreditou em nós. Acreditou em mim. Acreditou que um moço como eu seria capaz de substituí-lo – que ousadia. Ousadia própria daqueles que andam com Deus. Ousadia daqueles que ouvem a voz de Deus e coloca em ação a orientação do Senhor.
O Pastor Isaac morreu. Morreu para se tornar maior. Morreu para ser reconhecido por aqueles que em vida não o reconheceram. Morreu para fazer parte da história. Morreu para que aqueles que estavam na sombra dele viessem para a luz. Morreu para que aqueles que aprenderam dele pudessem demonstrar para os duvidosos que o espólio de seu Ministério não seria vilipendiado pela ganância ou pela vaidade pessoal de quem quer que seja. Morreu para fazer valer em nós tudo que ensinou: humildade, responsabilidade, trabalho, coragem, unidade.
Mesmo sem influenciar diretamente sobre sua substituição, já que à época estava impedido de se manifestar publicamente – por estar hospitalizado – aqueles que foram gerados por ele, demonstraram equilíbrio e unidade, elegendo por unanimidade este que vos fala como substituto deste ícone da Assembléia de Deus no Brasil.
O Pastor Isaac vai ressuscitar. Vai ressuscitar para receber a sua recompensa. Vai ressuscitar para junto com os fiéis gozar das delícias prometidas àqueles que amam a vinda de Jesus. Vai ressuscitar para ouvir de Jesus: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel. Sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor. Mt 25.21.
Tudo que se diga é pouco. Tudo que se faça é nada.
Abreu e Lima, 30 de maio de 2008.
Roberto José dos Santos.
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